CEP/EMB
Plano de trabalho 2014
_Plano
artístico pedagógico
Ao olhar a EMB sob o ângulo de sua posição dentro do teatro
sociocultural da comunidade local, e mesmo nacional, observamos que sua
dimensão artística é algo indissociável de sua história e de sua perspectiva de
futuro.
De fato, dadas as suas dimensões físicas, seus números
superlativos de alunos e professores, sua estrutura técnica e arquitetônica
(com um dos maiores e bem localizados teatros da cidade) e sua localização, na
Capital Federal e bem ao lado da sede dos poderes republicanos e representações
diplomáticas, a EMB precisa assumir um papel ativo e privilegiado na elaboração
e gestão de políticas culturais de âmbito local e regional. Neste aspecto em
particular, nossa vocação e capacidade de abrangência transcende a de uma
escola profissionalizante da rede pública, nosso corpo pessoal altamente
qualificado, tanto nas lides acadêmicas quanto na insubstituível praxis musical, nos alça e nos impõe uma responsabilidade intransferível de desenhar
os horizontes do futuro da música profissional
e de se fazer presente e atuante na atividade artística do cotidiano do
DF.
A consolidação e valorização do fazer musical dentro da
Escola não pode estar confinada a uma formalidade burocrático-pedagógica; é
necessário que, sem detrimento das atividades pedagógicas, o exercício da
prática artístico musical esteja subordinada, valorizada e amparada por um
projeto mais amplo, de alcance geográfico e social relevante, de colocar a EMB
em posição de destaque na programação da música profissional de qualidade na
nossa comunidade. É preciso termos como meta que o endereço da Escola ocupe um
lugar de destaque na agenda daqueles que buscam uma opção de boa música para
alimentar suas necessidades culturais. Destarte é importante observar que o
viés artístico e comercial da nossa prática profissional, longe de entrar em
conflito com a nossa atividade e função pedagógica, consolida-a e fortalece-a
pois forma público, e cria mercado de trabalho para nossos egressos.
Especificamente na questão do mercado de trabalho, nesta
profissão tão controversa e mal compreendida que é a de músico, convém notar
que, mesmo com a população do DF tendo mais do que triplicado nos últimos 30
anos, a criação de público e novos postos de trabalho para músicos tem-se
mantido estagnada por falta de agentes institucionais capazes de por em prática
uma agenda positiva de valorização e divulgação da atividade musical,
especialmente a erudita, como um produto
socialmente estratégico e comercialmente viável. É pois, por todas as circunstâncias
fartamente conhecidas, a EMB a instituição mais capacitada e vocacionada para a
proposição e articulação de mecanismos institucionais e financeiros que possam
criar condições para a criação e
manutenção permanente de novos corpos estáveis que atendam às necessidades
culturais do DF e criando e consolidando assim um mercado de trabalho dinâmico
e forte para o músico profissional, que é, justamente, aquele que pretendemos
formar em nossos bancos escolares.
Entendemos que, dentro da Escola, o fazer música,
especialmente em conjunto, deve ter sempre prioridade sobre as atividades meio,
pois a atividade do profissional do músico é, essencialmente, prática, embora
solidificada pelo indissociável conteúdo teórico que lhe dá consistência e
sustentação.
A implementação e o apoio à realização de atividades que
estimulem e evidenciem a excelência musical, tais como concursos, festivais,
Master Classes deve ser constante e encarada como parte inarredável do processo
de formação profissional, particularmente na área musical, onde a excelência e
o fvirtuosismo são elementos da maior importância na empregabilidade e servem
de exemplo e objetivo para os que ainda se encontram em fases iniciais. Em
nenhuma outra atividade profissional se busca tanto e tão perto se chega do
perfeito e é isto o que encanta na música.
Entendemos que, no que diz respeito à formação musical
erudita, a criação e o total apoio institucional a conjuntos sinfônicos de alta
qualidade artística na Escola servirá de exemplo, estímulo e apoio para a
necessária e exaustiva dedicação de nossos alunos à prática instrumental que é
necessária para que se alcance um nível de excelência técnica compatível com as
exigências do mercado de trabalho. Não podemos admitir que alunos nossos
atinjam elevado grau de domínio técnico em seus instrumentos e não tenham,
dentro da EMB, uma Orquestra ou Banda de alto nível onde possam praticar como
solistas ou músicos de fila.
Na área popular, entendemos que nossa prioridade esteja voltada para a
construção da viabilidade comercial da atividade de bandas e demais conjuntos
populares. Vemos no cotidiano da comunidade que se formam bandas e conjuntos
pop que alcançam sucesso comercial mesmo sem a formação acadêmica, por isso,
cremos que nossa capacidade de agregar valor ao fazer musical do instrumentista
ou cantor popular, por meio da formação acadêmica, deve ser refletida numa
maior possibilidade de sucesso na atividade profissional. Este deve ser nosso
objetivo, fazer com que a formação que oferecemos aos nossos alunos os coloquem
em condições privilegiadas de disputar o sucesso no concorrido e amplo mercado
de trabalho da música comercial. Para isso, o currículo da área deve ter um
foco na gestão e empreendedorismo musical. O sucesso profissional do nosso
aluno deve ser o ponto de chegada de todas as nossas atitudes e estratégias e, com
base nele, estas devem ser traçadas.
Por outro lado, não podemos deixar de considerar o enorme
contingente de pessoas que nos procuram não para se tornarem profissionais da
área musical, mas são engenheiros, médicos, advogados, donas de casa,
aposentados, estudantes de outras áreas que buscam na imersão no universo
musical um complemento importante para a sua formação e crescimento pessoal e
cultural. Estes merecem, como qualquer outro, todo o nosso respeito e
dedicação, não sendo, de modo algum, alunos de segunda classe, e, por isso
mesmo, merecem e precisam de uma abordagem diferenciada.
Objetivos:
- Consolidar corpos de alto nível de produção artístico
musical com a participação de alunos e
professores de modo a proporcionar
àqueles a experiência prática do exercício da atividade profissional exercendo
o fazer musical ao lado e sob a supervisão e companhia do professor a fim de
solidificar sua capacitação para o exercício da profissão.
- Criar uma ou mais segmentação curricular que possa
atender às necessidades e expectativas do corpo discente conforme idade e/ou
objetivos pessoais de modo a ter uma estrutura didática que possa contemplar a
clientela que busca a musicalização, o contato com a arte da música e, por
outro lado, aquele segmento que busca a profissionalização por meio do domínio
técnico e teórico do fazer musical.
- Trazer o CIVEBRA para dentro da EMB e manter sua gestão
subordinada à Escola.
- Ocupar, com seus corpos artísticos de alunos e
professores, lugar prioritário na agenda de eventos de grande e médio porte
organizados pelos governos federal e distrital, tais como Copa, e demais
eventos de grande repercussão.
Metas:
- Trabalhar junto às coordenações para estruturar e
implementar imediatamente a formação de grandes e médio grupos que representem
a Escola, ouvindo e dialogando com todos os setores envolvidos para a escolha
de repertório e maestros.
- Propor junto às coordenações teóricas e práticas a
construção de currículos e cursos que possam atender da melhor forma às
diversidades etárias e objetivos profissionais do corpo de alunos.
- Montar e manter corpos permanentes de alta qualidade
artística, com alunos e professores, de modo mostrar aos órgãos de governo e instituições
privadas nosso potencial e firmar a EMB como centro de excelência na produção
musical.
_Plano
administrativo.
Ao olharmos a EMB em sua grandeza e importância dentro do
teatro da música no Brasil, sua singularidade, sua localização geográfica e seu potencial como
agente promotor da arte e da pedagogia musical, temos a certeza de que seus
desafios e responsabilidades são enormes.
Se, por um lado, precisamos de uma estrutura
institucionalmente sólida e estritamente amarrada aos princípios jurídicos
existentes, por outro temos que ser capazes de ter a flexibilidade e sabedoria
bastante para encontrar soluções para os diversos desafios que se nos
apresentam diariamente, desafios estes que têm um enorme potencial de
reverberar na vida de milhares de alunos e, também, na mídia e demais
instituições republicanas.
Não podemos cair na armadilha do reducionismo e
subestimar o alcance do nossos atos e
decisões e, muito mais, do potencial que nossos atos e decisões têm de
influenciar os caminhos e o futuro da música e da educação musical no DF e no
Brasil. Não somos somente uma Escola profissionalizante da Rede Pública do DF,
somos agente privilegiados da transformação e edificação da história da música
e da arte.
Nosso escopo deve ser voltado para o encontrar soluções,
criar saídas institucionalmente sustentáveis para os problemas em todas as suas
esferas, buscando sempre soluções práticas que contemplem o espírito das normas
legais que permanece por vezes sob as letras retas e rígidas dos diplomas
administrativos, pois é aquele que dá origem a estes, é o espírito da lei que
justifica e avaliza o seu texto.
Para isso acreditamos que a palavra chave seja a
descentralização efetiva, e esta seja não apenas uma figura de retórica que sirva
para legitimar arbitrariedades.
Entendemos que os diversos setores da instituição, tais
como o administrativo, tecnológico, pessoal etc têm suas próprias necessidades
e especificidades que devem ser ouvidas e compreendidas, tendo seus membros
assento privilegiado nas discussões democráticas permanentes que envolvam os
setores afins.
Objetivos:
- Criar e manter canais ágeis e democráticos para a resolução
ou mediação de conflitos de quaisquer ordem, em quaisquer esferas, sempre
fundamentados no profundo e inarredável respeito aos profissionais e à
dignidade humana, dando sempre o direito ao contraditório e ao conhecimento
imediato de todas as disputas e reclamações envolvendo servidores da
instituição.
- Modernizar e capacitar o NIA de modo a permitir a todos
a máxima transparência nos procedimentos administrativos com o fim de tornar
ágil e democrático o acesso à informação pelo público docente e discente da
EMB, tornando as consultas rápidas e desonerando servidores.
-Gerir junto à secretaria escolar a elaboração de
processos e procedimentos administrativos de modo a aliviar a carga de trabalho
dos servidores adaptando as exigências burocráticas às especificidades da
instituição, tornando mais rápidos e fidedignos os diários e demais documentos
produzidos pelos professores e recebidos pela secretaria.
- Elaborar de forma eficiente, transparente e flexível o
mapa de ocupação das salas, não só obedecendo às necessidades de cada área ou
professor mas também levando em consideração a variação destas durante o
semestre.
Metas:
- Eleger representantes de cada área para o conselho de
mediação de conflitos em caráter rotativo para não sobrecarregar ninguém e
manter o procedimento impessoal.
- Buscar ou/e
produzir recursos materiais e humanos para a implementação de modificações no
trato e produção de dados digitais.
- Negociar junto à SE a modernização e adaptação à nossa
realidade de documentos legais produzidos na Escola ouvindo especialmente os
profissionais da área administrativa.
- Promover a
análise imediata e otimização do uso real do nosso espaço.
-Plano
financeiro.
- Nossa escola, por suas características e dimensões,
precisa de uma estrutura de gestão e controle financeiro adequada ao seu
tamanho e idiossincrasias. Destarte, não podemos nos esquecer que nosso escopo
é formar profissionais para o mercado e, perifericamente, público com elevada
capacidade crítica musical. Ora a atividade profissional subentende a
capacidade de transformar serviços, no nosso caso, a música, em dinheiro, sem
que isto venha a conspurcar nosso trabalho ou objetivos, já que a valoração
monetária é condição sine qua non
para a existência de uma profissão. Se temos, pois, um enorme potencial
artístico e pretendemos levar nossa clientela a ser capaz de transformar sua arte
em recursos financeiros, numa relação digna que remunere adequadamente a
qualidade e a excelência, nada mais lógico e pedagógico que produzamos nós
mesmos esta qualidade e excelência comercialmente sustentáveis para produzir
recursos para a Escola e, colateralmente, inserir no circuito profissional
nosso corpo discente.
Assim defendemos que a EMB possa, sem prejuízo dos recursos
a ela destinados pela SE, ser capaz de produzir receita por meio da atividade
profissional de seus alunos e professores no fazer musical, bem como de
gerenciá-la de forma democrática e participativa.
Ressaltamos que a transparência deve ser um dogma e a
destinação dos recursos amplamente divulgada e decidida democraticamente
ouvidos os segmentos da escola e observadas as prioridades e objetivos
elencados no PPP.
Objetivos:
- Restaurar a APAM enquanto associação democrática e
soberana vinculando-a à direção da Escola e promovendo uma total e amplamente
divulgada transparência de recursos e objetivos, tornando-a um mecanismo ágil e
transparente de captação e disponibilidade de recursos financeiros por meio de
convênios e interlocução entre as entidades civis externas e a EMB.
- Criar e valorizar uma estrutura de relação midiática
que possa colocar a Escola dentro do circuito artístico musical do DF, alocando
nosso endereço na agenda de quem consome arte de qualidade e nosso nome nos
eventos públicos e privados que envolvam a arte da música.
- Buscar junto à SE o suporte financeiro para nosso
funcionamento, evidenciando nossas particularidades e nosso potencial de
cumprir uma agenda positiva dentro da estratégia pedagógica e cultural do DF.
Metas:
- Agilizar o processo de reestruturação da APAM e
promover imediatamente uma assembléia para definir democraticamente seus
destinos, com ampla mobilização da comunidade escolar e total transparência.
- Ampliar, profissionalizar e fortalecer o CPA para que
este possa estabelecer e manter um diálogo privilegiado com os meios de
comunicação de massa com o fim de colocar a EMB em lugar permanente de destaque
no painel da música do DF e do Brasil em
consonância com o seu tamanho, traduzindo nossa grandeza em prestígio e
qualidade.
- Inserir a EMB na programação de grandes eventos
promovidos pelo governo federal, distrital e demais entidades públicas, de
forma a conseguir uma posição mais privilegiada na obtenção de recursos junto à
SE e demais instituições.
Ayrton Macedo Pisco,
Diretor
Ricardo Baptista,
Vice Diretor